segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

... No justice for all

Eu tive um professor que muitos dos meus colegas achavam péssimo. Alguns o odiavam - que o diga meu brother Coala e a sua eterna esposa.
Eu nem me lembro, pra falar a verdade; nessa época, tudo me interessava, menos o que saía das bocas docentes.
De vez em quando, entretanto, eu ouvia uma ou outra coisa, e uma delas me marcou bastante: esse cara disse que justiça não existe. E, pra provar, mandou perguntar para quem perdesse um litígio se houve justiça. Lembro que foi um argumento ignorado por todos, mas que me fez muito sentido. De fato, nunca vi ninguém resignado com a "derrota", tampouco um "vencedor" sentir-se injustiçado.

Acho que a justiça, no fim das contas, é meramente um sentimento, ou seja, sempre subjetiva. Impossível confrontar os fatos à regra, o que configuraria a justiça absoluta, objetiva, simplesmente porque não existe a tal regra, não existe a verdade. E digo isso com tristeza, eu que sempre procuro saber qual é o certo, até mesmo (geralmente...) para fazer o errado.

De toda forma, se justiça parece não existir, a injustiça está aí, asas abertas, implacável, olhando no olho com um sorrisinho de lado, que todo mundo odeia ver, mas adora estar em situações que permita estampá-lo no próprio rosto.

Se é assim, acho que nada é mais injusto que uma história de dois contada só por um. E talvez por isso mesmo a humanidade seja tão familiarizada com o injusto e tão distante do justo, porque o cara sempre ouve apenas uma das versões.

Ou você, por acaso, já foi atrás do antagonista do seu amigo para saber dele o que aconteceu?

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