sábado, 27 de fevereiro de 2010

Algum dos meus amigos, ou mesmo amigo só do roquenrou, que por acaso passar por aqui, poderia me dizer se existe uma música melhor que Michelle, dos Beatles?

Grato.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Muros (ou pontes)

As pessoas mantêm relações de várias naturezas, e não me refiro à "classificação" ou tipo delas. Existem relações pessoais e impessoais, para começar. Dentro delas, existem as relações de amizade, as profissionais, as de mera convivência, as de tolerância, de afeto genuíno, as de amor...

O problema é que a gente é muito dado às nossas manias, e sempre acabamos dando preferência ao tipo de relação que mais gostamos, que mais nos identificamos e sentimos bem. Daí porque esquecemos de nos relacionar pelas outras diversas modalidades.

Talvez daí venha o egoísmo, que precisa, como pressuposto de existência, ou pelo menos de subsistência, da generosidade. E o que não falta são os junkies de generosidade, gente que é mesmo viciada em dar, provavelmente para manter algum tipo de controle.

E por aí vamos nos apegando aos nossos vícios, aos nossos modos, às nossas manias, sensações e sentimentos prediletos.

Mas, falando a verdade, um tipo de relação parece que ganha, de longe, na preferências de nós humanos adictos: a relação sexual. A ponto de todas as outras relações passarem pelo filtro do sexo, da sedução, do flerte.

Dureza, literalmente.

Usemos camisinha, pelo menos. Tudo limpo, hígido e impessoal, e também insípito, incolor e inodoro, como todo mundo gosta.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Rise and shine

E de repente se acorda. Como se pela ingestão de uma pílula mágica. Uma pílula que prova que se o que vem fácil, vai fácil, o quem vem mais difícil também se despede de forma mais dramática. Mas uma hora ou outra parte. E deixa pra trás o mesmo ser que encontrou quando chegou, mas mais forte, depois dos primeiros momentos de abstinência. É tipo uma tatuagem de rena mal aplicada, que parece que é, mas não é, e acaba sumindo, mas deixando uma cicatriz por cortesia da falta de perícia do tatuador. Ou ainda como uma vacina, que depois de enfraquecer um pouco, talvez até mesmo trazendo febre, te deixa pronto pra enfrentar a guerra.
E que venha Napoleão. Ou Cleópatra.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Para a minha menina

Menina, minha menina:

Se quer ser minha, menina, saiba que não precisa dizer que me ama;
apenas me ame, porque as atitudes valem mais que palavras, mas, mesmo assim, não banalize o verbalizar.

Do mesmo jeito, não tome meu amor tanto pelo que sai da minha boca, pois minhas palavras podem ser duras; usemo-as, antes, para defendermo-nos dos ataques que por ventura soframos, posto que eficientes meus argumentos e grossa a minha voz.

Sinta meu amor pelo carinho extremo, pelos beijos nos seus olhos, pelo meu abraço apertado pela cintura, pelo passeio suave das minhas mãos sobre suas costas, pelo roçar do meu rosto na sola dos seus pés, que pra mim serão sempre de Cinderela.

Entenda, minha menina, que a escolha é apenas um lado da moeda, cujo opositor é a renúncia
e tenha certeza que esse jogo não é de azar, pois o meu amor é produto dificilmente perecível, e igualmente exclusivo.

Seja paciente, pois meu ritmo taurino pode fazer demorar até que você consiga captar em meu olhar aquilo que qualquer pessoa sã procura;
e tenha certeza que se for você a demorada, do tipo touro com ascendente em touro, estarei no fim do seu tempo, te esperando de braços estirados e coração aberto, louco para te dar um beijo de boas vindas, para que prossigamos nossa jornada lado a lado, dedos trançados.

Se conseguir, me poupe das suas justas cobranças na minha queda - pago com juros na ascenção, que, junto contigo, minha querida, é certa. Em troca, terás um arrimo sincero a te amparar quando fores tu a cair.

Desejável que entenda um pouquinho de física, para saber que, em princípio, o amor não ocupa o mesmo lugar no espaço que a paixão, sendo necessário que esta se vá por um tempo, para que aquele se estabeleça forte, concreto, resistente e duradouro.

À noite, deixe nuas as suas costas, que a minha boca é feito imã, e meu hálito quer sempre sair pela sua nuca, minha querida. Procure mantê-las saudáveis e fortes, pois, nas noites em que ardamos, inevitável eu nela cravar meus dentes, buscando, talvez, gravar na sua alma a imagem eterna do nosso amor.

Releve minha chatisse, que relevo eu sua loucura e qualquer celulite, pois sei que um amor de verdade é mais precioso que qualquer coisa de superfície.

Seja bela, mas não tanto que lhe faça apaixonar-se pela própria imagem, a fim de que não se afogue nas águas frias do seu poder, mas prefira viver no conforto do meu corpo quente, que é seu, só seu.

Espero que sua perspicácia seja maior que a minha confusão, e que seus olhos sejam de lince, para que não corramos o risco de não nos reconhecermos, pois tenha certeza, menina, que sabendo quem você é, meu laço não te solta.

E, se por acaso, um demônio qualquer me tirar do seu coração, olhe no fundo dos meus olhos, com ternura e cuidado, por respeito genuíno pela nossa história, para só depois seguir adiante, a fim de que eu sangre, mas não tombe.

Nada disso é exigido; é apenas o meu pedido, minha menina, minha mulher, meu amor.

Dom Juan

"Dom Juan sempre dissera que o único remédio para o nosso desespero era a consciência de nossa morte, a chave para a ordem de coisas do feiticeiro. Sua idéia era que a percepção de nossa morte era a única coisa que podia nos dar força para suportar a prisão e a dor de nossas vidas e o medo do desconhecido (...) eu tinha de me resolver a fazer com que essa percepção testemunhasse os meus atos".

(Carlos Castañeda - O Segundo Círculo do Poder)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Foi mal

Tentei. Juro que tentei, ó meus amigos de Xarapa. Antes, na adolescência. Agora, depois do estardalhaço causado pelo show no Brasil. Peguei 3 ou 4 discos, ouvi bastante. Mas, numa boa: AC/DC não dá não, pelamordedeus.

Desde o visual motorista aposentado + menino véio manga larga marchador até a homogeinidade imutável dos riffs de guitarra, passando pela garganta pato donald, é muito chato.

E ninguém pareceu nem notar que o Metallica apareceu por aqui...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

... No justice for all

Eu tive um professor que muitos dos meus colegas achavam péssimo. Alguns o odiavam - que o diga meu brother Coala e a sua eterna esposa.
Eu nem me lembro, pra falar a verdade; nessa época, tudo me interessava, menos o que saía das bocas docentes.
De vez em quando, entretanto, eu ouvia uma ou outra coisa, e uma delas me marcou bastante: esse cara disse que justiça não existe. E, pra provar, mandou perguntar para quem perdesse um litígio se houve justiça. Lembro que foi um argumento ignorado por todos, mas que me fez muito sentido. De fato, nunca vi ninguém resignado com a "derrota", tampouco um "vencedor" sentir-se injustiçado.

Acho que a justiça, no fim das contas, é meramente um sentimento, ou seja, sempre subjetiva. Impossível confrontar os fatos à regra, o que configuraria a justiça absoluta, objetiva, simplesmente porque não existe a tal regra, não existe a verdade. E digo isso com tristeza, eu que sempre procuro saber qual é o certo, até mesmo (geralmente...) para fazer o errado.

De toda forma, se justiça parece não existir, a injustiça está aí, asas abertas, implacável, olhando no olho com um sorrisinho de lado, que todo mundo odeia ver, mas adora estar em situações que permita estampá-lo no próprio rosto.

Se é assim, acho que nada é mais injusto que uma história de dois contada só por um. E talvez por isso mesmo a humanidade seja tão familiarizada com o injusto e tão distante do justo, porque o cara sempre ouve apenas uma das versões.

Ou você, por acaso, já foi atrás do antagonista do seu amigo para saber dele o que aconteceu?