domingo, 2 de setembro de 2007

Fora do armário

Na minha terra a gente chama as mulher de dona. Dona Terezinha, Dona Barbinha, Dona Josenice, Dona Conceição. A gente chama elas de senhora também.

Pior que é mesmo, e é também que o dom é senhor. Um dom é senhor de quem o teve de presente. O presente é de graça, mas tem um preço.

Descobri que o Fernando Sabino era baterista de jazz e o vi falando que escrever lhe doía, enquanto a batera era a diversão. E aí o povo falando que ele era plúrimo e tudo mais.

Verdade, e acho que dá para dizer que ele não teve muita escolha, porque o batuque já era dele, já era ele, já se dera a ele, já cedera-se-lhe, e a parada é intransferível e irrecusável. Sob pena de angústia seguida de morte (viva). O homem como instrumento de uma manifestação que, uma vez natural, é implacável e não te perguntou nada.

Não dá para calar a voz de quem canta. Pode ser brega, mas é verdade.

Se todo mundo contasse com um talento artístico, ninguém prendia passarinho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ando tao a flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar...teu olhar, flor da janela me faz morrer... a minha pele tem o fogo do juiz final... um barco sem porto, sem rumo, sem vela... cao sem dono, bicho solto, menino, bandido... as vezes me preservo, as vezes suicido!