quarta-feira, 29 de julho de 2009

GO GET IT

Tenho preguiça de quem critica a cultura do povo dos Estados Unidos. De gente cool então, que diz que a cultura européia é mais... cool... Não que eu conheça um ou outro lugar. Não, ainda não tive esse prazer.

De qualquer forma, uma das coisas que dizem sobre os americanos lá de cima, é que o cinema deles é muito ruim. Não se assuste, estou novamente falando dos cools, que não podem gostar de norteamericano. Se tiver começo, meio e fim, é palha. É careta. É burro. Mas o que eu quero falar mesmo é que seus filmes são criticados porque supostamente são muito violentos e influenciam negativamente as criancinhas inocentes. Acho que acham que as criancinhas batem nos mais fracos, pegam cachorrinho pelo pescoço e gatinho pelo rabo por causa dos filmes. E dos video games violentos, tipo aquele que você é um fela, que rouba carro e mata os outros, o GTA. Pra mim, e pra todo mundo com um mínimo de discernimento, isso é uma besteira. Se não fosse, quem espancaria os outros na rua seriam os nerds, não os playboys que nem conseguem ver filme legendado ou entender o que fazer num video game.

Mas eu, por minha vez, fui muito influenciado pelos ianques (seja lá o que signifique isso). Principalmente com relação aos heróis, e especialmente com relação ao amor. Com os filmes americanos, aprendi que existe amor incondicional entre homem e mulher, e que existem homens com convicções inabaláveis, ainda que vacilem aqui ou ali. Sou fã do Clint Eastwood, sabe? Meu pai foi bem clint eastwood, incorruptível, corajoso, durão por fora, coração mole por dentro.

E eu entrei na onda. Achei que legal era ser assim, rebelde, mas mais honesto e humilde que os conformes. Mel Gibson, Charles Bronson. Van Dame. Stallone. E esse é o meu erro. Aprendi a ver o mundo pela perspectiva holywoodiana, acreditando que tudo acaba bem, e que algumas coisas não acabam. Que existe outra metade. Que seu coração vai te dizer quando ela aparecer, e que tudo vai ser mais importante. Que os dois não vão querer saber de dinheiro, só amar, igual ao Tim Maia.

Ria. Pode rir mesmo. Sei que sou mané. Sei que o filme europeu tem razão. As pessoas atam laços entre si com nós cegos e cordas de conveniência. O pai come a mulher do filho, se ela for gostosa e der moral, e ela dá moral, se ele for interessante, tipo o Jeremy Irons e a Juliane Binoche. Eles se arrependem depois, e não adianta. O cara morre do mesmo jeito. Acho que isso é o retrato mesmo da diferença entre as culturas (lá vou dar palpite de novo sobre o que não conheço. Mas eu penso, logo, conjecturo). O americano enxerga o mundo assim porque tem esperança e fé inabalável. O velho mundo já tá velho, e já perdeu as ilusões com a humanidade. Tudo o ser humano é normal, desde que seja escroto. Tipo o Marlon Brando passando manteiga na bunda da mulher no apartamento vazio.

Eu sei é que o ser humano é movido a esperança, e o que a prejudica não deve ser bom não. Tem que fazer igual os EUA e acreditar que se merece tudo o que se quer.

Nenhum comentário: